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Educação do Campo em voga no IFMG Ouro Branco

Tema foi debatido pela coordenadora Estadual de Educação do Campo da Secretaria de Educação de MG
publicado: 07/05/2018 20h07, última modificação: 08/05/2018 18h11

No mês de abril, o IFMG Ouro Branco promoveu a roda de conversa Educação do Campo e seus Desafios, ministrada pela professora Érica Fernanda Justino, atual coordenadora Estadual de Educação do Campo e Educação Indígena da Secretaria de Educação de Minas Gerais. O evento foi uma iniciativa da Licenciatura em Pedagogia do campus - curso coordenado pelo professor Rodolpho Gauthier Cardoso dos Santos - e do Núcleo de Gênero, Raça, Etnia e Sexualidade (NEPGRES) - representado pela professora Marie Luce Tavares - em culminância da recente mobilização das comunidades de Ouro Branco que impediram o fechamento de turmas de algumas escolas rurais da região.  Na abertura do encontro, o diretor-geral do IFMG Ouro Branco Lawrence de Andrade falou sobre a importância da promoção de um debate “que vai ao encontro do momento vivido pela cidade” e do apoio da instituição ao movimento contrário ocorrido frente à possibilidade de encerramento das turmas do sexto ao nono ano nas escolas de Olaria, Cristais e Castiliano.

A própria trajetória na Educação do Campo, que começou como aluna de escola rural no distrito mineiro de Padre João Afonso, em Itamarandiba, foi contada por Érica Justino como introdução ao tema, cuja relação empírica com a modalidade a fez trilhar seu caminho profissional nesse rumo. Ela explicou que a discussão sobre a Educação do Campo parte de um contexto de precariedade, de ausência do Estado, de evasão escolar e outros fatores que contribuíram para os estereótipos que permeiam a educação oferecida às populações rurais. Durante a abordagem, a professora destacou dois momentos considerados fundamentais na construção do chamado Movimento Nacional de Educação do Campo, engatilhado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e fortalecido por diversas organizações sociais do campo: o 1º Encontro Nacional dos Educadores da Reforma Agrária, promovido em Brasília, em 1997; e a 1ª Conferência Nacional por uma Educação do Campo, ocorrida em Goiás, no ano de 1998. “Os membros das comunidades rurais começaram a reivindicar uma oferta educacional que levasse em consideração a realidade do campo, pensando a criação de espaços de resistência para o empreendimento de lutas políticas”, lembrou.

Ao enumerar as demandas empreendidas por esses movimentos na política pública, Érica Justino evidenciou o decreto 7352/2010, que estabelece a política de Educação do Campo. “Esse documento é um marco que identifica o sujeito do campo, os princípios que norteiam a modalidade e alicerçam a discussão sobre o tema, definindo como a Educação do Campo precisa ser ofertada”.  O respeito à diversidade do campo em seus aspectos; a valorização da identidade da escola do campo; a flexibilidade na organização escolar conforme, por exemplo, as fases do ciclo agrícola e as condições climáticas; e o incentivo à formulação de projetos político-pedagógicos específicos, são alguns dos princípios previstos na legislação.

Érica Justino enfatizou, ainda, o desenvolvimento de políticas de formação de profissionais da educação para o atendimento das especificidades dessas escolas, como a criação da Licenciatura em Educação do Campo, que forma professores para atuarem na zona rural, considerando as particularidades do público e das instituições de ensino locais, garantindo educação de qualidade.

O evento foi prestigiado por servidores e discentes da Licenciatura em Pedagogia do IFMG Ouro Branco, além de docentes das escolas da área rural da cidade.

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