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Dia da Mulher: inciativas no IFMG buscam a consolidação da igualdade

Com a presença das mulheres em diversas espaços da instituição, o IFMG tem buscado caminhos para promover a equidade e prepara Política de Enfrentamento à Violência de Gênero, Assédio Sexual e Assédio Moral.
publicado: 08/03/2024 14h49, última modificação: 08/03/2024 14h50

O IFMG conta atualmente na Reitoria, em Belo Horizonte, com 41% dos cargos de liderança ocupados por mulheres – ao todo, são 16 gestoras na unidade. O percentual, que já supera a média nacional (39%), reflete o compromisso da instituição em promover, cada vez mais, a equidade de gêneros, pautando sua atuação em representatividade e inclusão. Outras ações de médio e longo prazo, como a estruturação de uma política específica voltada para o tema, também estão em andamento. 

De acordo com a pró-reitora de Gestão com Pessoas, Heloísa Pereira, a gestão do IFMG tem se empenhado em valorizar as questões relacionadas à diversidade e à inclusão corporativa. Heloísa destaca também que três das cinco pró-reitorias são conduzidas por mulheres, mas reconhece que a realidade da instituição não é a mesma do mercado em geral. “Esta busca pela equidade encontra um ponto a favor no serviço público, onde os servidores têm equiparação salarial conforme o cargo e função, independentemente do gênero”, avalia a gestora.

Uma das primeiras gestoras a atuar na Reitoria, na ocasião da criação do Instituto, a jornalista Denise Ferreira, na ocasião, secretária de Comunicação e Eventos, lembra que os desafios iniciais, à época, foram muitos, com o setor, e o próprio IFMG em consolidação. "Tenho orgulho de integrar essa história: como mulher e, sobretudo, como jornalista profissional", diz.

Na constituição da força de trabalho global, o percentual feminino no Instituto ainda é inferior: 42,6%. Entre os 2.452 servidores efetivos e contratados do Instituto, 1.045 são mulheres: 499 técnicas e 546 professoras. Ex-diretora do Campus Itabirito, a atual pró-reitora de Administração, Fernanda Honorato, vê o Dia Internacional da Mulher como um momento de reflexão e celebração, reconhecendo os avanços, sem perder de vista as lutas em andamento. “Estamos longe de ter uma representação feminina que reflita a sociedade, por exemplo, mas os avanços precisam ser reconhecidos e comemorados”, afirma.

Espaços conquistados: as mulheres nas salas de aulas

Quando se trata do corpo discente, a presença das mulheres nas salas de aula da Rede Federal, como um todo, veio aumentando nos últimos tempos - ainda que o perfil de formação ofertada seja, em grande parte, tradicionalmente associado ao universo masculino. Em 2018, elas eram 47%; em 2020, chegaram a 54%, percentual que se manteve, com algumas oscilações, desde então.

A presença feminina em áreas cada vez mais diversas encontra suporte em algumas políticas dessas instituições e no próprio corpo docente. “Procuro encorajar as estudantes a desenvolver confiança em suas habilidades e interesses, mostrando que elas têm o potencial para serem bem-sucedidas em qualquer carreira que escolherem", conta a professora de Matemática do Campus Governador Valadares, Deise Borel.

Segundo a Plataforma Nilo Peçanha, do total de 1,5 milhões de matrículas da Rede Federal em 2022, 58% dos ingressantes eram do sexo feminino, bem como 61% dos concluintes. O dado está alinhado com uma informação recorrente sobre gênero: as mulheres tendem a estudar por mais tempo do que os homens – o que, por outro lado, não se reverte, necessariamente, em ascensão mais rápida na carreira ou melhores salários.

Raíssa Gariglio, do Campus Betim, é aluna do curso Técnico Integrado em Química, uma das formações que, no passado, abrangia um público majoritariamente masculino e hoje tem perfil inverso. A estudante acredita que ainda há caminhos a desbravar. “Já conquistamos muito como o direito ao voto, acesso à educação e participação no mercado de trabalho. Mas ainda temos muito pela frente, como superar a desigualdade salarial e combater a violência de gênero”, pondera.

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Consolidação de uma luta

A expectativa é que a Política Institucional de Enfrentamento à Violência de Gênero do IFMG seja um marco na promoção dos direitos das mulheres e na construção de um ambiente acadêmico seguro e acolhedor para todas e todos.

Em uma ação voltada para o fortalecimento da cultura de respeito e equidade, o IFMG lança hoje, 8 de março, um grupo de trabalho (GT) que construirá a Política Institucional de Enfrentamento à Violência de Gênero, Assédio Sexual e Assédio Moral. A proposta de política institucional é uma iniciativa do Coletivo Basta! que foi acolhida pela Gestão do IFMG. Para mais informações sobre o coletivo Basta!, clique aqui.

O documento será submetido a consulta pública, visando a contribuição da comunidade acadêmica para construção coletiva. Posteriormente, passará pelo Conselho Superior para aprovação. A expectativa é que a Política Institucional de Enfrentamento à Violência de Gênero, Assédio Sexual e Assédio Moral do IFMG seja um marco na promoção dos direitos das mulheres e na construção de um ambiente acadêmico seguro e acolhedor para todas e todos.

Segundo a ouvidora do IFMG, Marina Contarine, uma das propostas da política é a definição dos papéis de cada instância da instituição, estabelecendo uma rede de prevenção e enfrentamento à violência de gênero, assédio sexual e assédio moral.

Portaria nº 321, de 8 de março de 2024

Além do GT, há diversas outras iniciativas em andamento como oferta sobre acolhimento às vítimas de violência de gênero nos campi; proposta de capacitação em parceria com a Ouvidoria Geral da União; inclusão de mulheres nas Ouvidorias Locais; fomento de edital específico com demandas sobre mulheres; proposição de cursos de capacitação para a comunidade acadêmica sobre letramento e violência de gênero; e realização de campanha de sensibilização e conscientização sobre a temática.