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Diversidade e Inclusão: Programa Autonomia e Renda Petrobras impulsiona equidade de gênero no setor industrial

Turma do curso de Mecânico de Máquinas Industriais ofertado no IFMG Betim é composta por 50% de mulheres, revelando um avanço em um setor tradicionalmente dominado por homens.
publicado: 20/12/2024 14h22, última modificação: 20/12/2024 14h22

O Programa Autonomia e Renda Petrobras é uma iniciativa da Petrobras, em parceria com os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), a Fundação de Apoio ao IFSul (FaifSul) e com a Firjan SENAI SESI. Seu principal objetivo é qualificar pessoas que residem nas áreas de abrangência das operações da Petrobras, oferecendo cursos
gratuitos e bolsas-auxílio para aumentar as chances de ingresso no mercado de trabalho.

No IFMG - Campus Betim, é ofertado o curso de Mecânico de Máquinas Industriais, que teve início em 18 de outubro deste ano, com uma turma diversificada de 30 estudantes. Um dado marcante é que 50% da turma é composta por mulheres, um avanço significativo em um setor tradicionalmente dominado por homens.

A faixa etária das participantes varia entre 21 e 48 anos, demonstrando também o compromisso do programa em promover oportunidades de qualificação para diferentes gerações. Os números se alinham aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, os quais defendem a igualdade de gênero e a inclusão social.

Desigualdade de gênero nos espaços de trabalho 

Apesar dos avanços em algumas áreas, a desigualdade de gênero no mundo do trabalho ainda persiste, especialmente em setores industriais e técnicos. De acordo com dados do Fórum Econômico Mundial (2023), apenas 29,2% das mulheres estão representadas em campos de alta demanda, como STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

No Brasil, a desigualdade de gênero nas indústrias é ainda mais acentuada, com mulheres ocupando menos de 10% das vagas em áreas como Mecânica e Engenharias, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Estima-se que levará mais de 130 anos para eliminar completamente a disparidade de gênero nos ambientes profissionais, especialmente nas indústrias, onde a presença masculina continua sendo a norma.

Programas como o Autonomia e Renda Petrobras são essenciais para enfrentar esse desnível, oferecendo formação qualificada e criando novas oportunidades para mulheres em setores tecnicamente exigentes. Iniciativas que incentivam a inclusão de mulheres em setores historicamente masculinos têm o potencial de aumentar a competitividade do país, além de promover ambientes mais inclusivos e inovadores, essenciais para o desenvolvimento sustentável, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Contexto de Betim: desafios e oportunidades para as mulheres

Em Betim, cidade localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte e com uma população de cerca de 440.000 habitantes, a presença feminina no setor industrial ainda é incipiente, embora a cidade tenha uma forte base industrial, com destaque para o setor automotivo e metalúrgico. Dados locais mostram que as mulheres representam apenas 22% da força de trabalho na indústria, com concentração em cargos administrativos e de apoio, enquanto áreas como Mecânica e Engenharias ainda são dominadas por homens.

Ao incentivar o ingresso de mulheres em um curso técnico voltado para a área de Mecânica, o Programa Autonomia e Renda contribui diretamente para a mudança desse cenário. Além de ser gratuito, o curso oferece bolsas-auxílio no valor de R$ 660,00 para todos os estudantes. No caso de mulheres com filhos de até 11 anos, esse valor passa a ser de R$ 858,00 mensais, o que representa um incremento de 30%. As participantes do curso ganham não apenas a qualificação necessária para um setor com alta demanda por profissionais qualificados, mas também a possibilidade de transformação em suas trajetórias de vida, com novas perspectivas de renda e maior autonomia econômica.

Impacto e perspectivas futuras

“É animador ver a participação feminina crescer em um campo que historicamente excluía as mulheres. Este curso representa um avanço não apenas para cada aluna, mas para toda a sociedade, que ganha com uma força de trabalho mais diversa e qualificada,” afirmou Reginaldo Vagner Ferreira, Diretor Geral do Campus Betim.

Historicamente, as mulheres têm sido responsáveis pela maior parte dos cuidados com crianças, o que frequentemente impacta suas opções de emprego e renda. O ajuste no valor da bolsa-auxílio visa reconhecer o custo do cuidado, uma ação estratégica para apoiar a conciliação entre os esforços envolvendo estudos e maternidade. Para muitas, esta é a chance de romper com ciclos de vulnerabilidade econômica, ampliando suas perspectivas de emprego e renda, como fica claro na fala da aluna Margarida Marta de Souza, de 48 anos, mãe de dois filhos (um deles com deficiência). “Tem 14 anos que estou sem fazer nada. Esse curso veio num momento em que eu precisava de algo para levantar meu ego. Estava muito presa dentro de casa e vi nesse curso uma oportunidade grande para mudar de vida. Estou muito ansiosa e vou dar o meu melhor.”

Inclusão como prioridade

Todos os cursos ofertados pelo Programa Autonomia e Renda Petrobras são presenciais e destinados a pessoas em condição de vulnerabilidade socioeconômica, de baixa renda e sem vínculo formal de emprego, priorizando grupos minorizados, tais como mulheres, pessoas com deficiência, pretos, pardos, pessoas transgêneros, travestis, indígenas, quilombolas e refugiados. 

Interessados podem acompanhar todas as oportunidades oferecidas pelo Programa Autonomia e Renda Petrobras no site autonomiaerenda.com.br e nas redes sociais
@ifmgnarede e @ifmg.betim.