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Ilustração de egressa do IFMG é exposta na Bienal Internacional do Livro de SP
Imagine se destacar em um concurso nacional de desenho e ter sua criação exposta em um dos maiores eventos da área editorial da América Latina? Essa experiência incrível foi vivida pela estudante Gabriela Araújo Reis, 19 anos, egressa do curso técnico em Meio Ambiente do IFMG - Campus Governador Valadares e hoje graduanda em Engenharia Ambiental e Sanitária pela instituição.
Gabriela teve seu trabalho exposto, no início do mês de julho, na 26ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo por ter sido a vencedora na região Sudeste do 1º Concurso Sua Arte no Livro Didático, realizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A competição é voltada à participação de estudantes do ensino médio de escolas públicas de todo país e teve como desafio temático a Bandeira Nacional. As artes inscritas no concurso passaram por uma rigorosa avaliação, baseada em cinco critérios: criatividade; relação da imagem com a temática proposta; harmonia estética; impacto visual e expressividade.
Como parte da premiação do concurso, a arte de Gabriela, juntamente com as das vencedoras das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul do país, foram estampadas na quarta capa dos livros didáticos do ensino médio. O material será usado pelas escolas públicas de todo o Brasil.
Em entrevista, Gabriela contou mais detalhes sobre a experiência na Bienal, os prêmios que ganhou pelo concurso e alguns projetos futuros. Confira!
Qual seu sentimento ao expor sua arte do concurso do FNDE na Bienal Internacional do Livro de São Paulo?
Foi muito legal! Assim que um dos funcionários nos deu as credenciais de expositoras (para mim e minha acompanhante), nós adentramos e conseguimos identificar de longe minha arte. Quando eu vi meu desenho comecei a correr e puxar minha amiga, mas ela acabou brigando comigo porque estava com o pé torcido; aí eu fui correndo na frente. (kkkk). Ao entrar no estande minha primeira reação foi dar uns pulinhos, abraçar o banner e falar pra minha amiga: “olha, fui que fiz, é minha arte”. Fiquei super feliz,repetindo várias vezes: “putz, fui eu que fiz”, como se fosse mais para afirmar para mim mesma que eu estava ali e aquele momento era real, sabe? Que estava mesmo acontecendo. As outras participantes pareciam felizes também, por mim e por elas, e foi o momento mais alegre de todos.
No concurso, seu desenho foi o vencedor de toda a região Sudeste do país. O que significa pra você essa premiação? Esse reconhecimento te motiva para a realização de novos projetos, participação em outros concursos...?
Significa que ao menos um mínimo reconhecimento enquanto ilustradora eu tenho, e agora eu posso provar. Sei que eu não sou exatamente a pessoa mais influente, mas minha arte estava ali representando quatro estados e mais de mil municípios, eu me senti importante e reconhecida por um momento. Eu sei que os alunos vão utilizar esse livro de linguagens por quatro anos ou mais, e alguns vão se perguntar quem fez aquela ilustração. Eu, assim como as outras vencedoras, alcançamos, de certa forma, um marco muito importante, e conseguimos provar que a escola pública tem potencial sim, e que podemos criar muito mais do que os outros pensam ou esperam, e isso é incrível. É surreal pensar que meus amigos e conhecidos que ainda estudam, meus irmãos e meus primos vão ter acesso a esse material também, e poder dizer que conhecem quem fez a arte. E sim, eu me sinto ainda mais motivada a continuar participando de outros concursos, especialmente para inspirar outras crianças, especialmente outras meninas, que elas podem e são capazes.
Como foi a cerimônia de premiação do concurso do FNDE na Bienal?
Foi bacana! Inicialmente, houve um discurso, mas o microfone não estava funcionando muito bem, e aí precisamos falar um pouco sobre nossa arte sem o equipamento de som, mas isso não nos impediu de forma alguma, e foi muito bonito. Ocorreu dentro do estande, num mini palco que tinha lá. O diretor do FNDE chamava nosso nome, perguntava a inspiração das artes, e depois um dos representantes entregava o prêmio para a gente. Eu tive a oportunidade de conversar com todos, incluindo o diretor, e os representantes foram muito gentis conosco, cuidaram da gente durante toda a viagem, e inclusive nos esperaram chegar ao hotel. Tiramos umas fotos beeeem engraçadinhas de despedida, que foram uma das minhas favoritas.
Em relação aos prêmios do concurso, o que exatamente você recebeu?
Recebi três obras literárias do PNLD [Plano Nacional do Livro Didático] do Ensino Médio: As Gêmeas da Família, de Stella Maris Rezende, A Sucessora, de Carolina Nabuco, e Frankenstein, da Mary Shelley. Também ganhei um exemplar do livro com a minha arte, que é o da área de Linguagens. E um notebook da Samsung. Não faz parte da premiação, mas eu também ganhei um diário de viagem de um senhorzinho numa banca da Bienal, me deu de presente quando soube que eu havia ganhado o concurso. Ele foi muito gentil e deixou até eu escolher a cor.
Foi sua primeira experiência na Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Conte um pouquinho sobre o que achou do evento, das atrações...?
Eu achei o evento incrível! Tinham muitas escolas visitando no dia que participei (3 e 4 de julho), mas por ser uma segunda-feira não estava tão cheio quanto no final de semana. Havia muitas pessoas, de todos os estilos, formas, e gostos que você possa imaginar. Alguns com rosto pintado, outros com penteados diferentes - vi uma garota com dois coques bem pontudos, imitando chifres, bem bonita - alguns usando cosplays... enfim, muita gente diferente. A Bienal não era só um evento de livros, também promoveu amplamente a arte. Não consigo pontuar coisas específicas, nós andamos pelo pavilhão inteiro, tinham muitos estandes com espaços organizados para registrarmos fotos, tirei em todos que foram possíveis. Alguns tinham filas muito grandes e eu desisti no meio, mas tirei muuuuitas fotos. Outra coisa muito legal na Bienal é que vários estandes tinham espaços infantis com contação de histórias ou mesmo só para as crianças descansarem, e tinha espaços para declamar poesias, tipo, no improviso. O pouco que fiquei para escutar já achei super bacana, o jeito que eles articulavam as palavras e se mexiam durante a performance, e faziam críticas atuais através de rimas, foi muito bonito.
Aproveitou o evento para renovar sua biblioteca particular e/ou presentear alguém?
Ao todo eu adquiri 12 obras, entre livros e mangás. Foram eles: 365 atividades incríveis, da Ciranda Cultural (para minha irmã, em fase alfabetização); Animais Fantásticos e Onde Habitam, de J.K. Rowling (para minha irmã mais velha); Edição 22 de Demon Slayer, de Koyoharu Gotoge, e Edição 11 de Wotakoi, de Fujita (para o meu irmão mais novo); Coraline, edição de capa dura, ilustrado por Chris Riddell e de Neil Gaiman; Turma da Mônica Jovem: Romances e Aventuras, de Maurício de Sousa;
Turma da Mônica: Folclore para Crianças, de Maurício de Sousa; Mangá Shakespeare: Romeu e Julieta, ilustrações de Sonia Leong; Mangá Shakespeare: Hamlet, ilustrações de Emma Viecelli; Mangá Shakespeare: Ricardo III, ilustrações de Patrick Warren; A Ilha do Tesouro (que inspirou meu filme da Disney preferido, O Planeta do Tesouro), de Robert Louis Stevenson; e O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry.
Para encerrarmos, gostaria de registrar algum complemento, agradecimento…?
As outras vencedoras do concurso, e também a vencedora do Selo Comemorativo PNLD Era Digital, foram muito gentis comigo durante o evento, e mesmo antes, durante os preparativos da viagem, fizeram o possível para que eu conseguisse ir à Bienal participar da premiação do concurso. Só tenho a agradecer e tecer elogios a elas e também à equipe do FNDE que nos recebeu com muito carinho e cuidou de todas nós. Ainda guardo a credencial de expositora comigo, como souvenir. Foi uma experiência única e incrível, e se algum dia eu tiver oportunidade, com certeza eu irei de novo.
Assessoria de Comunicação do Campus Valadares