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I Seminário Educação e Diferença

publicado: 30/11/2016 23h00, última modificação: 26/03/2024 15h40

O Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNEE) realizou no dia 14 de outubro no Campus Ribeirão das Neves  o I Seminário Educação e Diferença.

 Em consonância com o lema dos movimentos das pessoas com deficiência “nada sobre nós sem nós”, convidamos o professor surdo Alexandre Bet da Rosa Cardoso, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), para falar sobre os desafios atuais na educação bilíngue para surdos e o escritor e estudante Victor Mendonça, autista, para compartilhar dicas para o dia a dia na educação do autista.

 Victor compartilhou conosco um pouco de sua história de vida na educação inclusiva, desde a educação infantil até o ensino superior e falou da importância do professor escutar o seu aluno para conseguir atender às suas necessidades educacionais específicas. “Autistas e pessoas que têm síndrome de asperger não são todas iguais, existem graus diferentes de autismo que se manifestam em cada pessoa de diferentes formas. Uns têm maior irritabilidade ao toque, outros têm aversão a determinadas cores, ruídos, enquanto outros têm maior seletividade alimentar”. Victor destaca que as principais características do autista são a dificuldade de interação social e a hipersensibilidade sensorial. Para ele, algo que gera muito sofrimento às pessoas que têm essa síndrome é o esforço e o desgaste para tentar atender às expectativas do outro, para se aceitar e ser aceito pelo outro.

 Além de dois livros publicados, “Outro olhar: reflexões de um autista”, que, em 2015, teve a sua quinta reimpressão, e o recém-lançado “Danielle, Asperger”, publicado em setembro de 2016, Victor mantém, no YouTube, o canal ‘Mundo Asperger’, em que fala sobre o universo autista e interage com os internautas, ao lado da mãe, a jornalista Selma Sueli Silva, que nos deu a honra de sua presença e participação no evento. O estudante de 19 anos cursa jornalismo pelo Centro Universitário UniBH e mantém, ainda, a coluna semanal ‘Mundo Asperger’, na web rádio UniBH, e atua como colunista e repórter da Revista “Estrada da Serra”. Além disso, ministra palestras para compartilhar o universo autista com famílias, outros autistas, educadores e profissionais da área.

 Alexandre, mestre em Estudos da Tradução pela UFSC e licenciado em Letras/Libras pela mesma universidade, é professor do Curso de Letras/Libras, na modalidade a distância, da UFSC com polo no IFMG Ribeirão das Neves.  É co-pesquisador e membro do corpo editorial da Revista Brasileira de Vídeo Registros em Libras (VR-Libras).

 Alexandre destacou a importância do movimento e das associações de surdos na luta pela qualidade da educação dessa parcela da população. Argumentou sobre a necessidade da valorização da Libras como primeira língua e língua de instrução dos surdos para uma educação de qualidade. Compartilhou algumas experiências pessoais, desde a educação com foco oralista até a educação mediada pela Libras, e compartilhou algumas experiências bilíngues do estado de Santa Catarina, com destaque para o IFSC Palhoça Bilíngue.

 A acessibilidade em Libras foi mediada pelos servidores Débora Goulart (Campus Ribeirão das Neves), Gilberth Santos (Reitoria) e Jefferson Botelho (Campus Betim).

 Tivemos um público de mais de cem pessoas, contendo trabalhadores e alunos de diversas instituições: IFMG, Prefeituras de Ribeirão das Neves, Contagem, Betim e Belo Horizonte, UFSC, UFMG, UFLA, UNIPAC, FUPAC, UNI-BH,  SEE - Ouro Preto, SEE - BH, CAS,  UNIVERSO, UNOPAR, FUMEC, COTEMIG, FIAT, dentre outros.

 Arrecadamos fraldas geriátricas, caixas de leite e mucilon, que serão doados para um morador de Ribeirão das Neves, que foi diagnosticado com um raro tumor no cérebro e que está passando dificuldades para adquirir esses itens. 

Fonte: (Campus Ribeirão das Neves)