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Gripe aviária: Campus Bambuí adota medidas de prevenção nos ambientes de prática
A revista IFMG Com Ciência publicou na seção "Jack Responde" deste mês informações sobre a gripe aviária. O texto atende ao pedido de um leitor que queria saber como a doença se espalha. Embora raramente atinja humanos, o registro de casos de gripe aviária no Brasil, em maio, gerou um alerta sanitário, já que o país é o maior exportador de carne de frango do mundo. No Campus Bambuí, medidas foram tomadas no sentido de proteger as aves.
A doença é altamente contagiosa entre as aves e pode ocasionar mortandade em grande escala. Embora o Brasil tenha se declarado livre da doença em meados de junho, o professor Adriano Geraldo, do Campus Bambuí, explica que o estado de alerta permanece, principalmente devido ao surgimento contínuo de casos em aves silvestres em diferentes regiões do país. "É importante destacar que essa declaração diz respeito à ausência de circulação do vírus em granjas comerciais, com exceção de um único caso confirmado no Rio Grande do Sul. Esse episódio isolado, ainda assim, gerou impactos significativos, como a suspensão temporária das exportações de carne de frango por parte de alguns países importadores", esclarece.
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🐊 JACK RESPONDE: Gripe Aviária, como ela se espalha e o que você precisa saber!
A gripe aviária, também conhecida como influenza aviária, é uma doença viral que afeta principalmente aves. Embora o nome assuste, é importante entender como essa doença se espalha, quais aves são mais vulneráveis e se existe risco ao consumir ovos ou carne de aves. |
Prevenção
O Campus Bambuí adotou diversas medidas preventivas para evitar a entrada da gripe doença nos aviários da unidade, onde há aulas práticas com aves. Uma das principais ações é o uso obrigatório do pedilúvio - uma vasilha com solução desinfetante na entrada dos aviários - por todos os alunos e visitantes, garantindo a higienização dos calçados e evitando a entrada de vírus no ambiente.
A entrada de veículos automotores nas regiões dos aviários também foi limitada e não estão sendo permitidas visitas de escolas e da comunidade nestes ambientes. Outra medida importante, segundo o professor, é o telamento completo (foto) dos aviários utilizando telas com malha de diâmetro máximo de 2,54 cm, o que impede a entrada de aves silvestres, potenciais transmissoras do vírus. "Também mantemos o registro rigoroso de todas as visitas em livro próprio, anotando nome, telefone e cidade de origem dos visitantes, especialmente alunos em atividades práticas", relata.
Adriano Geraldo acrescenta que os estudantes que têm contato direto com os aviários são orientados a evitar contato com aves silvestres ou domésticas em suas residências pelo menos 72 horas antes das atividades práticas. Além disso, houve um forte trabalho de conscientização dos trabalhadores e estudantes da avicultura quanto à importância da biosseguridade, com foco na limpeza da área ao redor dos galpões, controle de roedores, fechamento adequado dos portões e atenção constante para não relaxar nos cuidados. Por fim, foram afixadas placas alertando para pessoas não entrarem nas áreas dos aviários e também nas regiões das granjas.
A principal forma de prevenir a influenza aviária é o reforço contínuo das medidas de biosseguridade. Isso inclui o controle rigoroso de acesso às granjas, uso de pedilúvios, telamento adequado, higienização constante das instalações e monitoramento da saúde das aves.
Prof. Adriano Geraldo, Campus Bambuí
As medidas de prevenção adotadas nas granjas do Campus Bambuí seriam as mesmas recomendadas para pequenos criadores de aves caipiras. No entanto, o professor explica que, na prática, as aves criadas soltas ficam muito mais expostas a contatos com aves silvestres, o que dificulta o controle. Atualmente, existe uma recomendação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que aves caipiras de criações comerciais não sejam soltas para pastejo, como forma de evitar o risco de contaminação por um período de 180 dias, podendo ser prorrogado conforme a necessidade.
Segundo Adriano, é preciso destacar que as ações adotadas pelo Brasil têm se mostrado eficazes. Mesmo sendo um dos maiores produtores de frango do mundo, o país foi um dos últimos a registrar um caso em granja comercial, "o que demonstra que as medidas de biosseguridade vêm surtindo efeito e precisam ser mantidas com rigor - tanto em grandes granjas comerciais quanto por criadores domésticos".
Outro ponto fundamental é a vigilância ativa, com a notificação imediata de casos suspeitos às autoridades sanitárias, além da capacitação e conscientização de produtores, trabalhadores e até criadores domésticos sobre os riscos da doença e a importância das boas práticas de manejo.
São João Evangelista: aviário também passa por adaptações
No Campus São João Evangelista, desde o final do ano passado, têm sido implementadas mudanças e adaptações em manejo, estrutura e bem-estar animal que contribuem para prevenir o aparecimento de doenças, como a influenza aviária:
• assistência veterinária permanente e atuante
• envio mensal de relatórios sanitários e de mortalidade para o órgão fiscalizador responsável
• manejo preventivo e vacinação
• aquisição de novos animais de criatórios conceituados
• isolamento de animais com sintomas de doenças infectocontagiosas
• descarte de carcaças em composteira adequada
• melhoria nas condições de armazenamento e monitoramento da qualidade dos alimentos
• intensificação no combate e prevenção de predadores, vetores e pragas, incluindo a observação das espécies de aves silvestres que utilizam da área livre do criatório.
Segundo a médica veterinária Clarice Cesário, também há outras ações em andamento e previstas, como estabelecimento de protocolo de quarentena na recepção de animais novos, aumento da distância entre instalações e vegetação nativa, implantação de protocolo de limpeza e desinfecção, além do telamento adequado e restrição de acesso aos ambientes, entre outras.
Situação atualRecentemente, no dia 8 de julho, foi confirmada ocorrência da doença em aves silvestres no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. De acordo com o professor Adriano, o fato reforça a necessidade de vigilância permanente e de medidas preventivas rigorosas. "As granjas comerciais brasileiras, de forma geral, vêm adotando protocolos de biosseguridade bastante robustos, o que tem sido fundamental para evitar a disseminação do vírus e impedir que o país enfrente uma situação semelhante à de outras nações, como Estados Unidos, Europa e Japão, que atualmente enfrentam surtos significativos da doença em criações comerciais", comenta o professor Adriano. No caso específico de Minas Gerais, não há registros de casos de gripe aviária em granjas comerciais até o momento, e o impacto direto sobre o setor mineiro tem sido relativamente limitado. "Isso se deve, em parte, ao fato de que o volume de exportações avícolas do estado é consideravelmente menor em comparação com estados do Sul do país, onde se concentra a maior parte da produção e exportação de carne de frango no Brasil", pondera o docente. É importante frisar que os pequenos e grandes produtores devem notificar o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) em caso de aves suspeitas na criação, a partir de sintomas como: alta mortalidade, tremores na cabeça e no corpo, dificuldade respiratória, coriza nasal e/ ou espirros, falta de resposta à tentativa de apanha, asas caídas, torção de cabeça e pescoço; incoordenação e perda de equilíbrio; e andar em círculos. |
