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Em defesa da Educação
Foi lançada, em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a Frente Parlamentar Estadual em Defesa dos Institutos e das Universidades Federais. O evento ocorreu na tarde última quinta, dia 9, com a participação de parlamentares mineiros, representantes estudantis e de instituições públicas de ensino do Estado. Pelo IFMG, estiveram presentes representantes do movimento estudantil, diretores de campi, servidores e gestores da Reitoria.
O ato apontou os recentes cortes no orçamento da Educação e a forma como isso afeta a realidade do ensino nacional, imediatamente e em longo prazo. Em especial, debateu-se a Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos públicos por 20 anos, inviabilizando, de acordo com os parlamentares, a criação de novos cursos, vagas, investimentos em pesquisa, além de impactar na progressão de carreira dos servidores. Também ficam comprometidas obras de novas unidades federais de ensino que já estavam em andamento e outras planejadas.
Para o pró-reitor de Administração e Planejamento do IFMG, Leandro Antônio da Conceição - que representou, no evento, o reitor Kléber Glória - mais do que um ato político, a audiência é uma solicitação de ajuda pela sobrevivência do Ensino em Minas Gerais. “Com a queda de 30% no orçamento, desde 2015, não vamos esperar os 20 anos da emenda para dizer que vamos falir. Em cinco anos a situação já será desesperadora”, avalia. Considerações feitas por integrantes do movimento estudantil do Instituto e pelo analista de TI da Reitoria Leandro Evangelista, como representante sindical, contribuíram para enriquecer o debate.
"Mais do que um ato político, a audiência é uma solicitação de ajuda pela sobrevivência do Ensino em Minas Gerais"
Leandro da Conceição destacou que servidores técnicos, docentes e alunos têm sido prejudicados pelos cortes e que 70% dos estudantes do Instituto possuem renda familiar de até 1,5 salários mínimo. O pró-reitor lembrou que ele próprio, durante a graduação, foi beneficiário do programa de financiamento do governo (Fies), sem o qual não teria acesso ao ensino superior. “Nós podemos ser a chance de vários desses estudantes terem a mesma oportunidade que nós”, afirmou.
Ações
Na audiência, foram propostas pauta de curto e de longo prazos para as ações de defesa dos institutos e universidades federais. Em um primeiro momento, os proponentes destacaram a necessidade de uma agenda política e da busca por recursos. Leandro avaliou como promissora a atuação da Frente Estadual, que vai somar esforços à já existente Frente Parlamentar Nacional. “Não se trata mais de uma discussão técnica de saber que faltam recursos, é preciso, no momento, força política”, opina.
Questões mais amplas, relacionadas às reforma trabalhista e da previdência, falta de recursos para o SUS, políticas de terceirização, entre outros temas, também foram mencionadas pelos parlamentares.