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Campus Conselheiro Lafaiete lança campanha pela dignidade menstrual e instala Banco Vermelho contra o feminicídio
A pobreza menstrual, problema que afeta milhares de mulheres e meninas no Brasil, continua a ser um obstáculo à saúde, educação e dignidade. E, pensando nisso, o Campus Conselheiro Lafaiete lançou no último dia 30 de agosto, a campanha Dignidade Menstrual. A atividade faz parte das ações promovidas pelo Projeto Nísia Floresta, durante o Agosto Lilás, mês de sensibilização para o combate a violência contra as mulheres.
Durante a ação, as estudantes do campus puderam participar de uma roda conversa sobre saúde menstrual, coordenada por uma enfermeira do do PSF São Judas Tadeu, de Conselheiro Lafaiete.
Segundo o diretor-geral do campus, João Victor, a partir de setembro, o campus irá disponibilizar absorventes nos banheiros femininos. Além disso, o campus instalou em suas dependências o “Banco Vermelho”, um símbolo potente na luta e conscientização sobre outra grave questão social: o feminicídio.
Pintado de vermelho, a cor que remete ao sangue e à violência, o banco busca honrar a memória das mulheres vítimas de feminicídio, ao mesmo tempo em que chama a atenção da sociedade para a gravidade dessa questão. A iniciativa foi inspirada em uma campanha internacional que teve início em 2016, na Itália, e foi trazida para o Brasil por Andrea Rodrigues e Paula Limongi. As duas mulheres tiveram amigas assassinadas pelos companheiros.
Iniciativas como essa visam não apenas homenagear as vítimas, mas também provocar uma mudança cultural. A ideia é que a presença constante do banco vermelho incentive conversas sobre o feminicídio e a violência de gênero em todas as suas formas, além de pressionar por ações concretas. A presença desse símbolo em espaços públicos é um lembrete constante de que o combate ao feminicídio deve ser uma prioridade social e política.
Denuncie a Violência contra a Mulher! Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180
Sobre o projeto Nísia Floresta
É coordenado pelo setor de Serviço Social do campus e tem o objetivo de contribuir para combater a violência contra mulheres e meninas e garantir que cada mulher e cada menina possa viver uma vida livre de violência. Além disso, visa promover estratégias de proteção e promoção da Saúde Menstrual, bem como publicar e debater assuntos pertinentes ao universo feminino fazem parte de suas ações.
O que é a pobreza menstrual?
A pobreza menstrual atinge diretamente a vida escolar e social de milhares de meninas e é considerada violação de direitos. Quando não têm acesso a absorventes ou outros itens básicos de higiene, muitas deixam de frequentar as aulas, o que compromete seu aprendizado e desenvolvimento. Além disso, a falta de informação sobre menstruação e os tabus que ainda cercam o tema agravam a situação.
De acordo com o relatório “A Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violação de direitos”, relatório desenvolvido pela UNICEF em 2021, jovens de 13 a 19 anos deixaram de fazer alguma atividade (estudar, realizar afazeres domésticos, trabalhar ou até mesmo brincar) devido à menstruação. Este fenômeno complexo também está entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU).