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Aula magna com Bernard Charlot marca início da Especialização em Docência
Referência na área de educação, o professor e pesquisador francês Bernard Charlot esteve no IFMG, em Betim, na manhã do dia 19 de março, para ministrar a aula magna da Especialização em Docência. O encontro, promovido pelas Pró-reitorias de Ensino e Gestão de Pessoas, com o apoio dos campi Arcos e Betim, faz parte de uma ação de capacitação dos servidores não licenciados e marcou o início das atividades da pós-graduação. Na abertura dos trabalhos, participaram o reitor Kléber Gonçalves Glória, os pró-reitores Carlos Bernardes e Olímpia Marta, e os diretores-gerais Welinton La Fontaine (Betim) e Charles Diniz (Arcos).
Ao recepcionar o professor Charlot e dar as boas-vindas aos alunos da pós-graduação, o reitor destacou a importância de discutir os números da Plataforma Nilo Peçanha (um banco de dados virtual do Ministério da Educação que fornece estatísticas para análise de indicadores da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica) para entender os processos pelos quais a instituição deve passar, a fim de se aprimorar e fortalecer a democratização do acesso ao ensino técnico e profissional. Já a pró-reitora, Olímpia Marta, afirmou ter a expectativa de que, com a capacitação direcionada aos servidores, especialmente os docentes, os estudantes possam ser impactados positivamente. O pró-reitor Carlos Bernardes agradeceu aos responsáveis pela organização da aula magna e também àqueles que se envolveram com a estruturação do curso de pós-graduação, oferecido a todo o IFMG pelo Campus Arcos, na modalidade EAD. “Iniciamos um debate novo dentro da instituição, no qual precisamos falar de evasão, retenção. Temos muito o que avançar”, declarou.
Na sequência, a palavra foi concedida ao convidado, que iniciou a palestra “A equação pedagógica fundamental: Aprender = Atividade intelectual + Sentido + Prazer”. Tocando em vários temas importantes para o debate da aprendizagem, Charlot afirmou que o desafio da escola é “construir o saber como objeto de desejo”. Para expor seu raciocínio, ele contrapôs a chamada “pedagogia tradicional” com a “pedagogia construtivista”. A primeira enfatiza o conteúdo e o professor transmite o conhecimento ao aluno, num modelo disciplinar rígido quanto a normas e conduta. Já na segunda, a aprendizagem é organizada de acordo com as etapas do desenvolvimento mental, privilegiando atividades que levam o estudante a aprender a aprender, além de valorizar os conhecimentos anteriores que o aluno traz. “O ato fundamental de uma sala de aula não é o professor ensinar, mas o aluno aprender”, declarou. Para Charlot, o aprendizado é o que legitima o trabalho do docente.
Nesse sentido, ele defende a tese de que o estudante precisa entrar numa atividade intelectual para iniciar o aprendizado. Aliado a isso, é preciso dar sentido ao que é ensinado, de modo que o esforço em aprender desperte também o prazer, numa relação semelhante ao que acontece no esporte.
A exposição do pesquisador se estendeu ao longo da manhã e contou com a participação de aproximadamente 170 pessoas. Na parte final, os presentes puderam fazer perguntas durante o debate mediado pelo coordenador de pós-graduação do IFMG, Pablo Menezes, e pelo coordenador da Especialização em Docência, Niltom Vieira. A palestra na íntegra foi disponibilizada no YouTube e pode ser assistida pelo canal IFMG Play.