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Inclusão: Educação & Jogos Paralímpicos Rio 2016

Os Jogos Paralímpicos Rio 2016 possuem 23 modalidades em disputa, com um total de 4.350 atletas e encerrarão dia 18 de setembro de 2016, sendo organizados por competições entre atletas de alto nível que apresentam algum tipo de deficiência
publicado: 12/09/2016 10h58, última modificação: 12/09/2016 14h06

Marcelo Augusto dos Anjos Lima Martins1

Os Jogos Paralímpicos Rio 2016 começaram dia 07 de setembro. O evento desportivo, sediado na cidade do Rio de Janeiro, encerrará dia 18 de setembro de 2016, sendo organizado por competições entre atletas de alto nível que apresentam algum tipo de deficiência.

Segundo o portal eletrônico Rio 2016, para suprir as necessidades especiais das delegações dos 176 países participantes, a acessibilidade e logística são demandas essenciais. Meios de transporte adaptados para cadeirantes; adaptação de vias para cadeiras de rodas; cardápios em Braille ou com sistema de áudio; voluntários para orientar atletas e sinalização de dependências com pisos táteis são alguns dos quesitos indispensáveis para o sucesso do evento. A manutenção dos equipamentos de competição e de uso diário também é projetada. O website informa ainda que os serviços técnicos são feitos em um centro principal de reparos, além de 14 locais de competição e uma unidade móvel.

São 23 modalidades em disputa no Rio 2016, com um total de 4.350 atletas. Os esportes que fazem parte do quadro de disputa paraolímpico são:

  • Atletismo: composto por provas de corridas, saltos, lançamentos e arremessos, cujos atletas participantes possuem deficiências físicas ou visuais;
  • Basquetebol em cadeira de rodas: esporte disputado nas categorias feminino e masculino. É disputado desde a primeira Paraolimpíada;
  • Bocha: É disputado por pessoas com paralisia cerebral severa, que usa cadeira de rodas. As competições ocorrem segmentadas entre os sexos, e nas categorias individual e dupla;
  • Canoagem de Velocidade: Atletas disputam a bordo de caiaques seis provas valendo medalhas – três masculinas e três femininas, fazendo no menor tempo possível um trajeto de 200 metros em linha reta em águas calmas. A sede é o Estádio da Lagoa;
  • Ciclismo de estrada e Ciclismo de pista: Disputado por pessoas de ambos os sexos com paralisia cerebral, deficiência visual, amputações e lesões medulares;
  • Esgrima em cadeira de rodas: Esporte restrito apenas às pessoas com dificuldade de locomoção;
  • Futebol de 5: Disputado por homens com deficiência visual;
  • Futebol de 7: Restrito a homens com paralisia cerebral;
  • Goalball: Esporte desenvolvido especialmente para pessoas com deficiência visual;
  • Halterofilismo: Mulheres e homens com amputações, sendo limitações mínimas. Pessoas com paralisia cerebral e com lesão de medula espinhal competem nessa modalidade;
  • Hipismo: É praticado por pessoas de ambos os sexos e abarca diversos tipos de deficiência;
  • Judô: Com disputas masculinas e femininas, esse esporte é restrito às pessoas com deficiência visual;
  • Natação: Os nadadores que podem participar das provas são aqueles com limitações motoras e físicas, com deficiência visual e mental;
  • Remo: Contempla diferentes tipos de deficiência;
  • Rugby de cadeira de rodas: Nessa modalidade, homens e mulheres podem pertencer a uma mesma equipe. Participam pessoas com tetraplegia;
  • Tênis de Mesa: As disputas são feitas de modo individual e por equipe. Participam atletas que usam cadeira de rodas, andantes e pessoas com deficiência mental.

Além dessas modalidades, também admitem na competição o tênis em cadeira de rodas, o tiro com arco, o tiro esportivo, o triatlo, a vela e o voleibol sentado. (IFC, 2016)

Segundo a professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Coordenadora Técnica Nacional da Modalidade Bocha Paralímpica, Doutora Márcia Campeão,

a prática de atividades físicas e esportes por pessoas com deficiência tem se tornado um acelerador do processo de reabilitação, trazendo não apenas benefícios físicos, como também, resultados psicológicos que melhoram a motivação, autoimagem e autovalorização, já que, dentro da percepção saudável ou doente, possibilita à pessoa perceber-se saudável e deixar de ver o corpo como um repositório de frustrações. (CAMPEÃO In FERREIRA et al., 2009, p. 85)

Transpondo para o âmbito educacional, no que concerne à inclusão de deficientes ou de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), para que sua inserção seja eficaz, a comunidade escolar, pais, alunos, professores, equipe gestora e demais funcionários e a sociedade como um todo precisam reconhecer que todos são diferentes. Pois todos tem uma história de vida, formada sob uma estrutura biológica, psicológica, social e cultural que lhe é peculiar.

No entanto, a escola deve oportunizar a todos os alunos as mesmas oportunidades, mas com estratégias de ensino-aprendizagem diferenciadas, que vão desde alterar a ordem das carteiras em sala de aula, motivar trabalhos em grupo, trabalhar com jogos didáticos e materiais concretos até oferecer um Atendimento Educacional Especializado (AEE)2, no contraturno de escolarização.

Referências:

FERREIRA, Eliana Lucia. Et al. Esportes e atividades físicas inclusivas. Niterói: Intertexto, 2009. 258 p.

INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE - IFC. Informativo IFC. Disponível em: <http://informativo.ifc.edu.br/napne-informa-jogos-paralimpicos-rio-2016/>. Acesso em 06 set. 2016.

PORTAL RIO 2016. (...) sucesso dos Jogos Paralímpicos depende da acessibilidade. Disponível em: <https://www.rio2016.com/paralimpiadas/noticias/rio-2016-da-atencao-especial-aos-detalhes-de-acessibilidade>. Acesso em 06 set. 2016.

1 Mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pela UFJF. Atualmente é Pedagogo no IFMG campus Governador Valadares.

2 Segundo o Portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, INEP, o Atendimento Educacional Especializado (AEE) “é um conjunto de atividades, recursos pedagógicos e de acessibilidade, oferecidos de forma complementar ou suplementar à escolarização dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação matriculados nas classes comuns do ensino regular. Esse conjunto de atividades, registradas no Projeto Político Pedagógico de cada escola, é realizado individualmente ou em pequenos grupos, em turno contrário ao da escolarização.” Mais detalhes no site: <http://portal.inep.gov.br/web/educacenso/educacao-especial>.

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