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Atletas top das galáxias
Dois estudantes do IFMG - Campus Governador Valadares conquistaram medalha de ouro na 24ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). São eles: Filipe Gomes Ferreira e Silva e Waleska Bruna Lima de Oliveira, respectivamente, alunos do 3º ano do curso Técnico Integrado em Edificação e em Segurança do Trabalho.
Ao longo de sua trajetória escolar no IFMG, Filipe participou de outras olimpíadas do conhecimento, nas áreas de biologia e matemática, tendo nesta também sido medalhista. Este ano foi a sua segunda participação na OBA. “Desde a primeira vez gostei bastante da olimpíada. Fiquei muito surpreso e satisfeito ao descobrir que havia ganhado a medalha de ouro”, revela o jovem.
O interesse de Waleska pela astronomia começou quando ingressou no IFMG. Ela conta que “era um interesse mais afastado, com muito pouco conhecimento técnico” e que “sempre quis entender como o Universo funciona, se seria possível ir além do que já conhecemos e outros questionamentos assim. Imaginava que só na graduação seria possível começar os estudos na área”.
A animação da estudante para estrear na OBA veio durante participação no 1º Ciclo de Palestras de Astronomia do IFMG, um projeto de extensão coordenado pelos professores Artur Difini Accioly, do Campus Governador Valadares, e Bruno da Fonseca Gonçalves, do Campus Itabirito.
“Os professores [do Ciclo] fizeram palestras preparatórias para a OBA, com uma abordagem muito boa dos temas. Depois desse evento vi que a astronomia era ainda mais incrível do que eu pensava. Foi a primeira vez que fiz a prova, e foi uma experiência muito boa para me aproximar dessa área do conhecimento. Espero que mais estudantes possam ter essa oportunidade”, comentou Waleska.
Sobre o Ciclo
Prof. Artur explica que o projeto surgiu como primeira atividade dentro de uma ideia mais ampla, que é o Programa de Extensão Intercampi em Astronomia do IFMG, criado em 2021. “O objetivo do programa é desenvolver atividades de astronomia nos diversos campi do Instituto e aumentar a interação da comunidade acadêmica com a sociedade. Nesse contexto, pensamos em organizar um ciclo de palestras com foco em temas abordados na OBA, para auxiliar na preparação de estudantes, aberto a alunos do IFMG e também da comunidade externa”.
Protagonismo estudantil
Em razão da pandemia e do ensino remoto, o tradicional apoio dos professores do Campus GV aos alunos na olimpíada ficou um pouco comprometido. Diante disso, os estudantes acabaram tendo que desenvolver maior autonomia na preparação para a prova, como explica o professor de física Rodrigo Marques. “Para tentar contornar [essa deficiência], estimulamos e orientamos os alunos a estudarem pelas palestras [do Ciclo] e pelos materiais hospedados no site da OBA, objetivando um treinamento mais rápido e efetivo, com foco dado pela própria organização. Atendemos alguns e-mails com uma ou outra dúvida de poucos estudantes. Cadastramos e checamos, corrigindo cadastros feitos pelos próprios estudantes por uma senha que os encaminhamos”, detalha o docente. Ele também destaca o esforço pessoal dos discentes. “Historicamente, tenho percebido que os medalhistas têm, praticamente, mérito único. Esforçam-se e buscam, individualmente, pelas informações durante o ano todo”.
Incentivador há anos, juntamente com a professora de física Juliana Franco, do engajamento dos alunos na OBA e em outras olimpíadas do conhecimento, prof. Rodrigo explica a importância de estimular o corpo discente a participar da competição. “A manutenção da atividade do Campus na OBA foi feita por entendermos que é nosso dever manter essas janelas de exposição científica para nossos estudantes. É mais uma experiência diferenciada, própria, indo da aplicação da Física e Matemática ao fascinante mundo dos astros, suas histórias e relações; numa poética interdisciplinar. Há questões mais simples, outras mais complexas, que exigem um bom nível de raciocínio e conhecimento específico”.
Além das medalhas de ouro, o IFMG-GV ganhou um equipamento astronômico. “Graças aos nossos estudantes participantes, aqui independentemente de ser medalhista ou não, nosso campus ganhou um pequeno galileoscópio para que possa estimulá-los ainda mais. Com o pequeno instrumento será possível observar crateras da Lua e os anéis de Saturno em dias que apresentem condições especiais; além de representar, simbolicamente, o que Galileo teria usado em suas primeiras observações astronômicas”, finaliza prof. Rodrigo.
Seletivas internacionais
Ao todo, 28 estudantes do Campus GV se inscreveram na OBA, tendo 16 efetivamente realizado as provas. Vencida a seletiva brasileira, Filipe e Waleska seguem no momento focados nos estudos para darem o seu melhor nos eventos internacionais da olimpíada que ocorrem entre os meses de setembro e dezembro de 2021.
Parabéns aos professores, a todos os alunos que participaram da OBA e muito boa sorte aos nossos competidores internacionais.