Diversidade e inclusão no ambiente de trabalho
Atualmente, o tema diversidade e inclusão é muito discutido em várias esferas e isso não é diferente quando pensamos no ambiente de trabalho. Diferenças demográficas relacionadas a gênero, raça, habilidade física, orientação sexual, idade, etnia, história cultural, entre outros, têm impacto nas organizações Em um país de dimensões territoriais bastante amplas, espera-se que exista uma clara heterogeneidade na sociedade. As diferentes formas de compreensão da realidade, suas crenças e seus valores influenciam diretamente o contexto e as relações nas organizações, assim como as experiências individuais aí vivenciadas.
A diversidade refere-se às características que diferenciam uma pessoa da outra, sejam elas físicas, culturais ou comportamentais. O aumento da diversidade da força de trabalho ocorre em dimensões como gênero, raça, nacionalidade, classe social, região cultural, idade, entre outras Essas características podem levar a um ambiente com opiniões, ideias e vivências distintas. Para que todas essas diferenças sejam acolhidas de forma respeitosa, a inclusão torna-se um componente importante.
Inclusão significa que os membros de todos os grupos são tratados de forma justa, sentem-se incluídos, têm igualdade de oportunidades e são representados em todas as funções e níveis organizacionais.. A inclusão se refere ao julgamento ou à percepção de aceitação das pessoas, sendo o sentimento de ser bem-vindo e valorizado como membro daquela organização nos diversos níveis. Assim, a inclusão vai além da diversidade e sua concretização depende da gestão da diversidade de modo a criar um ambiente organizacional que possibilite a todos o pleno desenvolvimento de seu potencial na realização dos objetivos da organização. (Zanelli, 2004)
Um local de trabalho inclusivo é baseado em uma estrutura de valor pluralista. Essa estrutura, por sua vez, é calcada no respeito mútuo e em contribuições iguais, em perspectivas culturais diferentes para os valores e as normas organizacionais. Um ambiente de trabalho mais diverso traz muitos benefícios para as organizações.
Pessoas com diferentes origens, crenças, etnias, classes sociais, entre outros, quando partem de um mesmo propósito, podem compartilhar ideias e visões tão diferentes – e ricas – e encontrar soluções que não seriam possíveis se todos tivessem vivências parecidas.
A promoção da diversidade e da inclusão nas organizações vai além do recrutamento, da seleção e de metas afirmativas. Para aumentar a representatividade nos quadros funcionais e nos espaços de tomada de decisão no ambiente corporativo é essencial a criação de políticas, ações e treinamento transparentes que combatam a invisibilidade de profissionais excluídos e preparem gestores, funcionários e funcionárias, fornecedores, clientes e toda a cadeia de valor para o fortalecimento de uma cultura organizacional inclusiva e livre de preconceito e estereótipos.
Pensando nisso, o IFMG criou o setor de Diversidade e Inclusão dentro da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas. De acordo com a responsável pelo setor, a professora Mônica Barros, o objetivo é promover a diversidade no IFMG, em termos de raça/etnia, gênero, sexualidade e PCDs e efetivar a inclusão, acolhendo as servidoras/os servidores, de acordo com as suas especificidades socioculturais.
De modo especial, de acordo com Mônica o foco será na paridade de gênero e raça, adotando uma perspectiva interseccional para alcançar, também, pessoas com deficiência e de diferentes faixas etárias.
A professora ressalta que atualmente existem algumas leis e normativas de órgãos da administração pública federal que apontam para esta mesma direção, criando comitês internos, promovendo capacitação de servidoras e servidores ou, ainda, ampliando o público alvo da reserva de vagas dos seus concursos públicos e processos seletivos.
No caso do IFMG, de acordo com ela, a opção pela criação do setor está diretamente relacionada ao entendimento de que Diversidade e Inclusão influenciam a qualidade de vida de nossas servidoras/nossos servidores (sobretudo, na saúde mental e no clima organizacional), o desenvolvimento de suas carreiras (gerando impacto) e que também deve ser tratado como paradigma, modelo referencial, um padrão a ser seguido nos concursos públicos e processos seletivos, numa perspectiva transversal, dialogando com as demais áreas e Pró-Reitorias.
Para dúvidas e sugestões foi criado um canal aberto sobre o tema: diversidade.progep@ifmg.edu.br
Referências
ZANELLI, J.C.; BORGES ANDRADE, J.; BASTOS, A.V. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre : Artmed,2004. p. 466 - 491
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/diversidade-e-inclusao/