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Grupo discute educação e antirracismo em live promovida pelo IFMG

publicado: 22/06/2020 17h18, última modificação: 22/06/2020 17h18

Na última semana, o projeto IFMG Presente convidou os professores Mônica do Nascimento Barros (Campus Piumhi) e Johnisson Xavier Silva (Campus Bambuí) e o pró-reitor de Administração e Planejamento, Leandro Antônio da Conceição para discutir durante uma live o tema “Educação e antirracismo: o papel do IFMG”. Eles fazem parte do grupo “IFMG Negro” que busca discutir no âmbito da instituição, o fortalecimento das políticas de ações afirmativas para a comunidade negra e indígena, além de combater à discriminação no ambiente escolar. A live pode ser acessada pelo link: https://bit.ly/2Yds6x6

O mestre e doutorando em História, Johnisson Xavier, ressaltou que o movimento negro no Brasil teve algumas conquistas, mas que infelizmente elas estão retroagindo. “Vivemos em um país com mais de três séculos de escravidão, o que gerou a dificuldade dos indivíduos negros na verbalização do que sentem e do que já viveram. Infelizmente, as formas de combate ao racismo estrutural ainda não são efetivas. Por isso, posso ressaltar três formas principais de combate: a lei, a educação e as políticas afirmativas, onde a educação torna-se o link entre esses processos”, disse ele. O professor conta que, após verbalizar aos alunos que também já vivenciou constrangimentos devido às próprias características físicas, percebeu maior aproximação e interesse deles pelo que é tratado em sala de aula. 

Esperamos que este momento não seja apenas um vendaval, mas sim, um momento de mudança cultural

Segundo Johnisson, novas relações étnico-raciais precisam ser estabelecidas e a educação pensada sob uma nova perspectiva. “É necessário repensar currículos, práticas, formas de agir no cotidiano e na representatividade de professores negros dentro das escolas. Criar uma nova forma de educação é uma tarefa árdua e que exige muito trabalho, porém nós já começamos a percorrer este longo caminho”, afirmou.

Em relação às ações concretas dentro das instituições de ensino, a mestre em Sociologia, Mônica Barros, professora no Campus Piumhi, destaca o trabalho do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) que vem trabalhando o tema nos campi do IFMG, valorizando as diferentes manifestações culturais e promovendo ações de ensino, pesquisa e extensão relacionadas à temática das identidades e relações étnico-raciais. “Em Piumhi, por exemplo, 35% da população é negra e nós como educadores precisamos compreender a comunidade onde estamos inseridos. É de suma importância que esta população esteja incluída e que seja alcançada pelos projetos e pesquisas que são desenvolvidos pelo IFMG”, disse ela. 

Idealizador do grupo IFMG Negro, o pró-reitor Leandro Conceição, frisou que o objetivo é o acolhimento e o fortalecimento na luta contra o racismo estrutural nos diversos segmentos da sociedade. “A existência de ações como a Semana das Consciência Negra em diversos campi, a discussão nos grupos do Neabi, de pesquisa e de diversidade somam as forças para que as ações melhorem tanto no âmbito do IFMG quanto junto à sociedade. Esperamos que este momento não seja apenas um vendaval, mas sim, um momento de mudança cultural”, falou ele ao informar que os interessados em participar das atividades e debates do grupo podem encaminhar suas dúvidas e sugestões para povoifmgnegro@gmail.com.

IFMG Negro. Educação e antirracismo. O papel do IFMG (1).jpg

 

O grupo também pode ser encontrado nas redes sociais:

 

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